Produção de etanol a partir de cereais de inverno

No Rio Grande do Sul a produção da safra de inverno representa apenas 9% do tamanho da safra de verão.

Um dos principais motivos para o baixo cultivo de cereais de inverno é sua baixa liquidez que está associada principalmente às adversidades climáticas que geram perdas de produção, aumento dos custos com defensivos agrícolas para controlar as doenças e pragas nas lavouras e, muitas vezes, um produto de qualidade inferior que tem menor valorização de mercado.

Essa situação, tem levado muitos produtores a investirem menos em novas tecnologias o que tem limitado a produtividade de suas lavouras. O RS importa 99% do etanol consumido, deixando para outros estados do Brasil em tributos aproximadamente 600 milhões de reais anualmente.

A produção de etanol a partir de cereais de inverno contribuirá para o desenvolvimento destas culturas, pois dará maior liquidez às culturas de inverno devido a um aumento de demanda.

Desta forma, o projeto Produção de Cereais de lnverno e DDGS tem objetivo de contribuir na transferência de novas tecnologias para que os produtores possam aumentar sua lucratividade com o plantio de cultivares de inverno e as fábricas de etanol, além de terem oferta de grãos para a produtividade de etanol, produzirem um DDGS (Dry Distillation Grains with Solubles) de qualidade que servirá como fonte de proteína na nutrição animal.

Outro problema a ser enfrentado são os severos prejuízos que os produtores e as agroindústrias de aves, suínos e bovinos têm registrado quando utilizam cereais de inverno de baixa qualidade na sua nutrição.

O motivo se deve principalmente pela elevada concentração de micotoxinas nos grãos como o Deoxinivalenol (DON) que geram vômitos e diarréias nos animais. 

Trabalhos com amonização dos grãos de trigo tem demonstrado a desativação desta e de outras micotoxinas que estão presente em elevadas quantidades principalmente quando os cereais de inverno têm baixa qualidade. 

Assim, o projeto Produção de Cereais de lnverno e DDGS também visa aprimorar esse processo para que tanto o trigo de baixa qualidade quanto o DDGS a ser produzido pelas fábricas de etanol possam ser dados para os animais sem gerar problemas de desempenho zootécnico.